23 de setembro de 2022

Relatos de uma quase ansiedade

Minhas costas doem e meus olhos tremem.

Não de velhice, pelo menos espero que não. Mas de exaustão. 

Tenho preferido gastar meu tempo livre com coisas fúteis, para não precisar lidar com ainda mais pensamentos. Minha missão atual é fechar minha mente por tempo indeterminado. Só para conseguir respirar aliviada, em paz.

Não quero pensar em trabalho.

Não quero pensar em fugir para o meu intercâmbio.

Não quero pensar em andar de bicicleta no domingo de manhã.

Não quero pensar na montanha de roupas para lavar.

Não quero pensar no chão precisando ser varrido.

Não quero pensar que amanhã tem festa.

Não quero pensar que meu avô está ficando cada vez mais velho e preciso passar mais tempo com ele.

Não quero pensar que não estou acompanhando o crescimento do meu sobrinho.

Não quero pensar que estou perdendo risadas incríveis com a minha mãe.

Não quero pensar que preciso dar atenção aos meus amigos.

Não quero pensar nos motivos do meu namorado não falar comigo.

Não quero pensar que a qualquer momento posso receber a mensagem que a minha irmã se matou.

Não quero pensar.

Mas, cá estamos. Pensando em tudo e sem conseguir lidar com nada. 

Vivendo, dia após dia, sem de fato viver.


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