18 de novembro de 2018

Anything

Li em algum lugar que quanto mais alto o grau de conhecimento sobre o mundo, menos feliz o ser humano se torna. O artigo tentava justificar o crescimento da taxa de suicídios no Japão, país conhecido por seu povo evoluído e super inteligente que, apesar da tecnologia e infraestrutura, deixa a desejar na qualidade de vida e coisas que promovem a tal da felicidade.
Não é bem sobre japoneses e taxas que vim escrever. É mais sobre a velha sensação de vazio no peito, angústia e solidão que só um domingo a noite com a casa vazia podem promover. 
Pois bem. Depois de um final de semana incrível, onde me dei a oportunidade de conhecer pessoas novas e jogar conversa fora com os amigos antigos, criar histórias e morrer de rir, mais uma vez me pego completamente sozinha. De hora em hora apanho o celular, rolo a tela de contatos em busca de alguém para conversar e quebrar o silêncio, mas não encontro ninguém. Estão todos ocupados com suas vidas ou não se importam o suficiente. Não julgo, afinal nos últimos anos era eu quem estava na rotina perfeita de vida plena. Cada um vive o seu momento e, é uma pena que eu não esteja no meu melhor. Acredito até que o meu melhor momento já passou e eu não soube aproveitar o suficiente.
Não me entendam mal, eu não me arrependo das minhas decisões, só sinto falta do frio na barriga, de sentir vontade e de ter esperança. No momento, me vejo andando completamente sem rumo, virando noites em bares, bebendo até preencher todo o vazio e vomitando minhas angústias no dia seguinte de ressaca. 
Não enxergo um futuro. Não tenho planos vívidos e não faço questão de tentar cria-los. 
É complicado tentar entender. Não estou exatamente triste ou com vontade de chorar. Também não estou feliz ou rindo atoa. Meus sentimentos estão nulos, sem uma classificação aceitável. É como estar no limbo ou em órbita, sempre flutuando numa cena abstrata da minha vida. 
Assisto todos a minha volta tomando rumo e criando laços, escrevendo suas histórias. Uns engatando em relacionamentos sérios, outros casando e gente tendo bebês. Quando os vejo, sinto uma imensa onda de calor e felicidade por cada um deles, principalmente aqueles que acompanho a tanto tempo. Me imagino em seus lugares e não sinto nada. Não gostaria de estar ali, mas também não gosto de onde estou. Me pergunto até quando ficarei assim e se um dia qualquer amanhecerei com expectativas novas. 
Juro que se isso acontecer, volto aqui para contar.