23 de fevereiro de 2017

Agora e então

Os dias estão voando, as semanas cada vez mais curtas e as incertezas, cada vez maiores. Anteontem tudo era flores. A felicidade reinava em cada célula do meu corpo e tinha convicção de que nada poderia estragar minha vida atual. Eis que o destino resolve pregar a tão costumeira peça nos distraídos e sem perceber, me encontro encolhida em um beco escuro e sem saída, com um vazio sem precedentes no peito.
A vida é cruelmente engraçada. De repente me vejo caminhando na chuva, com uma mala onde levo somente inseguranças e um coração partido. Tudo fica frio e respirar dói. O nariz entope, seja pela friagem ou pelas lágrimas continuas que se misturam com a água que lava cada gotinha de bem estar que a pouco habitava meu corpo
É inacreditável como uma simples conversa pode tornar dois amantes em completos estranhos. Ver que todo o sentimento bom se transformou em ânsia de vômito e ainda que tudo isso é mais comum do que imaginam. Saber que o amor é descartável e que as pessoas são sim muito egoístas. 
Não saber onde ir, o que fazer ou a quem recorrer é a pior parte. Sentir-se completamente só em meio a uma multidão de pessoas é absurdamente desesperador. Como lidar quando a única pessoa que pode nos acalmar é exatamente a mesma que nos decepcionou? O que fazer quando não se tem mais rumo, esperanças ou vontade de continuar?