30 de janeiro de 2025
Hag
14 de janeiro de 2025
Drogas
Meu olho tem tremido à beça.
Hoje,
enquanto você estava fora, lidando com o desafio de contar a notícia para a sua
família, eu cozinhei para mim, assisti vídeos que gosto e chorei.
Pensei
em começar a organizar as coisas para a mudança. Ao menos uma parte. Mas não
consegui.
Quando
abri o guarda-roupas e olhei as malas, desabei pelo que parecer ser a milésima
vez só nessa semana. Perguntas como: QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO DA SUA VIDA,
ecoam na minha cabeça em looping e eu simplesmente não consigo calar todas as
vozes.
Acontece
que essas mesmas vozes ficam quietas durante o dia, quando minha mente está limpa
e consigo pensar com clareza. Sim, eu sei que está ficando batido dizer que as
noites são difíceis. Mas, não sei viver de outra forma se não colocando a bagunça
da minha mente em palavras idiotas em uma página do Word.
Eu
sei que vai melhorar e essa dor vai passar. Para isso acontecer, no entanto, eu
preciso começar a me organizar. A mudança vai acontecer e isso é um fato. Outro
fato é que só de pensar em me mexer fico com vontade de me enfiar debaixo das
cobertas e esperar por seu abraço quentinho.
Por
que tudo é tão mais fácil quando estou no calor dos seus braços?
Por
que é que só encontro abrigo no seu peito?
Que
inferno! Eu odeio ser tão dependente assim.
Só
queria que os dias passassem mais rápido para essa dor desaparecer de uma vez.
Ou que o tempo parasse agora que estou decidida a ficar aqui, no nosso lar.
Queria
tantas coisas...
10 de janeiro de 2025
Decisões
A vida têm sido uma montanha-russa esquisita e muito cruel.
Pela
manhã, eu acordo certa de muitas coisas, com decisões tomadas e com metas
claras para viver o dia da melhor forma possível.
À
tarde, eu me frustro por não ter executado nem metade das coisas planejadas e
me perco em futilidades, procrastinando ou remoendo as intercorrências da vida.
Mas
a noite... A noite é quando o bicho pega. Eu sinto a desesperança e solidão
rastejando por toda minha pele, pinicando e provocando náuseas. É nesse momento
que me pergunto como pude ser tão estúpida em achar que daria conta de viver
assim, sozinha. Como pude jogar fora algo tão especial.
Sim,
havia problemas. E sim, lá pela manhã, eu sabia o que era melhor para mim. À
noite, por outro lado, quando a casa fica silenciosa demais e meus pensamentos
gritam, percebo que a minha versão de mais cedo não sabia tão bem o que enfrentaria
pela frente.
Eu
tento pensar racionalmente e viver focando no depois, na hora em que o sol vai
nascer e levar embora toda essa angústia. Mas o relógio parece discordar e têm
trabalhado em modo lento, levando tempo demais em cada segundo.
Montanha-russa
cruel.
1 de janeiro de 2025
Fim de tarde
Se você estivesse aqui, estaríamos, provavelmente, fazendo a nossa caminhada do pôr do sol.
Quando
eu era criança, gostava de chegar da praia quando sol já estava quase indo
embora, tomar um banho e comer um lanchinho da tarde enquanto minha mãe tentava, desesperadamente, desembaraçar meu cabelo.
Um
pouco mais tarde, na adolescência, eu gostava de voltar para a praia depois do
banho, só para ver o entardecer ali, bem pertinho do mar. Era um momento de
reflexão (ou para espreitar meninos bonitos que pudessem achar poético uma
garota introspectiva). Spoiler: ninguém nunca reparou porque eu era patética.
Já
na fase adulta, nunca me prendi a costumes de final de tarde. Normalmente eu
estava cansada demais para fazer qualquer coisa que exigisse as minhas pernas
ou estava socializando com outras pessoas. Isso quando não me ausentava para
tirar um bom e velho cochilo.
Até
você chegar.
Quando
você começou a frequentar a Ilha, queria te mostrar cada coisa ajudaram a tornar
esse o melhor lugar do mundo para mim. O chalé azul. A lagoa da Coca-Cola. A ponte
caída. A sorveteria. O mar pequeno.
E a cada caminhada, conversávamos sobre amenidades, fofocávamos sobre a vida dos outros participantes da viagem e até discutíamos sobre planos de morar aqui. Sempre com risadas e muito amor.
Como um casal de aposentados que aproveita, genuinamente, a companhia um do outro.
Nesse
exato momento, estou assistindo ao pôr do sol do quintal, sem a menor coragem
de sair para explorar sozinha. Não tem graça sem você. Se eu insistisse, tenho quase certeza de que viraria uma lenda urbana denominada “Chorona do Fim de Tarde” e isso sim
seria tremendamente patético.
Você
ajudou a tornar esse lugar ainda mais especial do que era. Por mais que eu ame cada fase do fim de tarde, arrisco dizer que as nossas caminhadas se tornaram a
minha favorita.
Queria
que estivesse aqui.