23 de maio de 2025

Poeira espacial

Me questionaram o motivo de sentir tanta ansiedade quando converso sobre a minha escrita. 

Insegurança? Vergonha? Medo?

Acho que um pouco de tudo, na verdade. 

Hoje, durante o banho, refleti sobre essa pergunta e cheguei a uma conclusão óbvia - que sempre esteve muito clara, mas que nunca elaborei para externalizar.

Para mim, ter pessoas lendo as minhas palavras é como se eu permitisse que estranhos se sentassem dentro da minha cabeça e enxergassem minha intimidade sem restrições. E, porra, a minha mente é uma bagunça! Como diabos vou organizar minhas ideias para receber pessoas se nem eu mesma consigo entender grande parte delas?

Para além disso, eu sou ciumenta pra caramba com as minhas coisas. São as minhas palavras, a minha mente. A minha bagunça! Tenho pavor de abrir essas ideias e o leitor não compreender a dimensão de cada uma delas, entende? 

E sim, eu tenho noção da insignificância dos meus textos, da minha obra. Contudo, quando a interpretação se encaixa, sei que é capaz de bagunçar certezas, tipo um estopim na mente de quem lê.

Pequeno, mas capaz de formar mundos...


Algo como poeira espacial.


21 de maio de 2025

Muscle memory

Voltei.

Não por ter muita coisa para falar, mas por sentir falta de só... escrever por escrever. Sem tanta pressão. Sem querer lucros ou visibilidade. Só escrever. 

Então eu voltei.

E talvez eu nem fique.

Enfim, a vida têm sido interessante. Minhas versões anteriores não acreditariam se eu as chamasse para tomar uma cerveja e contasse tudo. 

A Bruna adolescente amaria cada uma das histórias e ficaria feliz em saber que finalmente passamos a gostar do reflexo do espelho. Por outro lado, a Bruna dos 20 e poucos, julgaria cada um dos meus atos e, provavelmente, se questionaria em que momento o rock foi substituído por variações de rap que não envolvem Racionais. 

É, eu sei. Aos 20 era inconcebível imaginar gostar de diferentes gêneros sem abrir mão da personalidade e blábláblá. Uma chatice.

Ainda assim seria divertido ver essas versões e me orgulhar de dizer que estou exatamente onde queria estar. E, ao mesmo tempo, nunca nem sonhei em chegar.

Isso aqui tá uma confusão danada, tal qual as páginas rabiscadas do meu diário. 

Masssss, é de mim para mim. A Bruna do futuro vai entender muito bem o que cada um desses devaneios significa e com absoluta certeza vai gargalhar lembrando de como era meio tola - mas imensamente feliz.

É... talvez eu tenha voltado.