8 de maio de 2015

Sobre Redes Sociais

Não sei bem o que aconteceu com o mundo, muito menos quando as pessoas se tornaram tão fúteis, alienadas e preconceituosas. Apesar de minha pouca idade, lembro-me bem de como eram as coisas antes dessa febre de Facebook, Twitter e até mesmo do Orkut. Para passar o tempo, brincávamos na rua enquanto nossos pais faziam festinhas frequentemente para se divertir em família. Os xingamentos (gordo, magrelo, esquisito, piolhento) eram engraçado para todos, mesmo que magoassem eram perdoados no dia seguinte na hora de escolher do que brincar. 
Traição? Sempre existiu, claro. Mas como agora? Não consigo me lembrar de relacionamentos durando semanas, tão pouco de serem tão superficiais. Os casamentos eram para sempre e ninguém se orgulhava de ter 2, 3, 5 parceiros. Tudo era simples, tranquilo e feliz. 
Pergunto a você, qual foi a última vez que olhou a lua ou um pôr do sol sem a intenção de tirar uma foto para postar no Instagram? Quando foi que amou de verdade e desligou o celular para apreciar cada momento ao lado dessa pessoa? Quando desejou feliz aniversário, dia das mães ou dos namorados pessoalmente sem a necessidade de postar aqueles textos enormes cheios de falsidade? Onde já se viu fazer uma dedicatória a alguém que sequer sabe mexer num computador???? 
Pare um dia para contar quantas pessoas estão no celular num local público, vai se assustar com a quantidade. Eu o fiz e juro, fiquei chocada. Não serei hipócrita de dizer tudo isso sem me incluir na multidão de zumbis escravos da tecnologia, não seria sincero. Contudo, me esforço ao máximo para manter uma relação com as pessoas ao meu redor sem ficar o tempo inteiro olhando o WhatsApp. Li uma vez em algum lugar que a tecnologia aproxima os que estão longe e distanciam os que estão perto. 
Me perguntam sempre o porquê de eu não querer ser mãe. A resposta é simples: nunca colocaria uma criança no mundo para deixa-la ter um Facebook aos 6 anos, dar um tablet de brinquedo aos 3 ou um celular antes mesmo de saber escrever. O problema é que é esse o mundo que vivemos, é o nosso futuro. Cedo ou tarde, meu filho chegaria da escola chorando ao sofrer bullying por ser o único a não ter essas porcarias. O que dizer? Como agir? Como explicar que o mundo sem isso é muito melhor? Prefiro não ter mesmo. Minha escolha é não procriar num mundo no qual sei que não é bom o suficiente, ou melhor, não é mais o que antes poderia ser chamado de lar.

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